quinta-feira, 29 de abril de 2010

Monólogos da Vagina


   Uma das peças de maior sucesso de todos os tempos e totalmente voltada para as mulheres e suas crises, medos, desconfianças. Seus desejos, seus sonhos.

   Há mais de 10 anos em cartaz e essa atração chega agora ao Vale do Paraíba. A peça chega ao Teatro Metrópole de Taubaté nos dias 24 e 25 (sábado e domingo). No sábado a apresentação será às 21h30 e no domingo às 19h00. O teatro fica na Rua Duque de Caxias, 312, no Centro de Taubaté. Informações sobre ingressos: (12) 7898.8072 ou (12) 3624.5915.
   ''Quem assiste essa peça, nunca mais olha para o corpo de uma mulher como antes'', essa definição é encontrada aqui.

   A peça foi trazida para o Brasil em 2001 pela atriz e produtora Vera Setta, tendo sido adaptada e dirigida por Miguel Falabella. Como na versão norte-americana, várias atrizes brasileiras já passaram por seu elenco, como Totia Meirelles, Cissa Guimarães, Lúcia Veríssimo, Bia Nunnes, Betina Vianny e Mara Manzan. Atualmente, o elenco é formado por Elizangela, Fafy Siqueira e Vera Setta. Já veio à Maringa...quem foi ve-la?O desejo de escrever Monólogos da vagina surgiu em 1996, quando Ensler ouviu o desabafo de uma feminista na menopausa. “Ela falava sobre sua vagina de uma forma tão desrespeitosa que fiquei chocada”. Eve resolveu entrevistar mulheres de diferentes países, idades e culturas.....em torno de 200 mulheres... Não houve país em que as mulheres falassem que gostam de seu corpo, aceitam o seu corpo, que se sentem bem com ele. Na verdade elas queriam sair dele, se distanciar, se mutilar, expeli-lo pela Bulimia ou definhá-lo pela Anorexia. Fazer um lifting ou uma lipoaspiração é quase como se livrar de um lixo que as mulheres pensam poluí-las. As mulheres foram condicionadas a ver sua sexualidade como suja. Ter desejos é ser mais feia.”, analisa Ensler.

   A fusão problemática entre dinheiro e beleza pode ser expressa num acontecimento muito interessante. Uma modelo brasileira casada com um empresário americano aceitou aumentar seus seios desde que ganhasse uma Mercedes. Pra vocês verem que o capitalismo onipotente, os danos ao meio ambiente e a violência contra a mulher caminham juntos como já nos ensinou Max Weber em “Ética Protestante e o espírito do capitalismo”. “As grandes religiões e o capitalismo consumista, unidos, representam a morte da mulher”. Assim, a sexualidade da mulher é confiscada e explorada, torna-a refém dessa situação.Então, Qual é a diferença entre a poluição ambiental e a violação de uma mulher? Nenhuma. Dominação, violação, nenhuma consideração pelo sagrado, nenhum apreço pelo que é original. O que é original? O que encontramos na Terra. Subitamente podemos fazer isto ficar melhor, realmente acalentador. Mas isto é diferente do ideal de perfeição estimulado pela indústria da beleza, que é fascismo estético. Não é sexualidade. Falando do filme propriamente dito: A autora propôs um MONÓLOGO em vez de DIÁLOGO pois não havia um contexto para que elas pudessem falar sobre suas vaginas mesmo porque mulheres não falam entre si sobre suas vaginas.

  Uma música polêmica e muito bem escrita é uma espécie de hino do espetáculo, ''Minha minissaia''


Making off da peça em 2003:




   Se você passar pelo Vale do Paraíba por esses dias, não deixe de conferir essa obra que já entrou para a lista de melhores peças encenadas no país.

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